O dilema da conversão

“De que adianta ter likes se não tem vendas?” – quem nunca ouviu que atire a primeira pedra. Quem nunca acreditou nisso, que atire a segunda.
Agora é o seguinte: vai tentar fazer vendas sem ter likes, sem ter admiração, sem ter reforço de validação.
A gente precisa parar URGENTEMENTE com três coisas:
1) Acreditar em gurus das vendas.
2) Tratar o negócio como uma série separada de fatores.
3) Achar que venda só acontece na oferta de venda.
São diversas estratégias para cada etapa do negócio, mas a primeira delas é a compreensão sistêmica destas etapas e a dedicação equivalente a cada uma delas.
Sem uma estrutura de negócio completa, sem vendas.

Certa vez um cliente perguntou “se não tem conversão, não vale a dedicação?” – admirei a rima, confesso, mas a resposta é que não: vale a dedicação sim.

Perdão pela dupla negativa.

Vamos lá, a maior parte da sua audiência de qualquer negócio não é constituída de consumidores, ou seja, a maior parte não é de pessoas que vão converter ou que já converteram-se em clientes – a questão é que sem essa maior parte, sem essa base, a venda também não poderia acontecer por seis motivos que explico abaixo:

1 O negócio é uma jornada.

Você precisa entender que o negócio é uma jornada, não uma ETAPA. É preciso pensar a jornada inteira, sistêmica e holisticamente e não somente a etapa de vendas. CADA ETAPA DEPENDE DA OUTRA QUE DEPENDE DA UMA.

Cada negócio também possui uma jornada própria e peculiar, mas em geral, uma jornada básica de negócios se configura assim:

  • conhecimento – como chegam até você
  • avaliação – como entendem você
  • venda – como compram você (conversão)
  • entrega – com experienciam você
  • pós-venda – como se relacionam posteriormente com você.

2 Quem tem amigo tem tudo

Uma base de fãs – ainda que não convertam em vendas – garantem que outras pessoas sejam atraídas pela marca.
A ÚNICA MANEIRA DE ATINGIR UMA BOLHA QUE NÃO É MINHA É QUANDO EU FALO COM ALGUÉM QUE PERTENCE A MAIS DE UMA BOLHA – A MAIORIA DAS PESSOAS É ASSIM. MAIS PESSOAS, MAIS ALCANCE. NÃO É DIFÍCIL DE ENTENDER.

3 Questão de matemática

Por mais que muitos “especialistas” digam o contrário, likes são importantes sim. Eles elevam o alcance orgânico ao tornarem sua marca interessante para a plataforma: REDES SOCIAIS POSSUEM PROPOSTAS DE NEGÓCIO BASEADAS EM COCRIAÇÃO: VOCÊ CRIA O CONTEÚDO QUE A REDE “VENDE” – CONTEÚDO.
Dessa forma, se o conteúdo das pessoas for desinteressante e desestimulante, a rede em si acaba por ir se tornando desinteressante e desestimulante também, uma vez que o “produto” dela o é.

O que as plataformas sociais fazem, portanto, é utilizar métricas práticas – e também algumas não tão práticas – para materializar a validação de sua entrega, para avaliar se um usuário está sendo interessante para ela ou não. A principal dessas métricas é o engajamento, contabilizado através de views, likes, comentários, compartilhamentos, etc.

4 Pavimentando o caminho

MUITO CONTEÚDO NÃO VENDE DIRETAMENTE, MAS POSICIONA. POSICIONAMENTO É INDIRETO MESMO, MAS REDUZ CUSTOS DE ALCANCE E CONVERSÃO A MÉDIO E LONGO PRAZO.

Sem mais.

5 Vende quem pode, aparece quem tem juízo

Engajamento positivo – ainda que sem conversão direta – também é um sinal de autoridade. quando a pessoa está em dúvidas sobre comprar ou não um produto, sobre adquirir ou não um serviço (durante a sua etapa avaliação) o alto nível de engajamento com uma marca pode trazer segurança para futuros compradores. Existem setores inteiros onde a confiança só existe através da prova social e da autoridade – e se vivemos em um mundo cada vez mais interligado inescrupulosamente ao digital – esse é um dos mais importantes rankings comparativos da contemporaneidade.

6 O início, o fim e o meio

O NEGÓCIO NÃO COMEÇA E NEM TERMINA NA VENDA. CRIAR UMA BASE DE CONTEÚDO “FAN SERVICE” É IMPORTANTE PARA MANTER UMA COMUNIDADE ENGAJADA AO REDOR DE SI, É TRABALHAR O FOMENTO DE UM ECOSSISTEMA DE MARCA.

MESMO QUE ISSO NÃO SIGNIFIQUE VENDA DIRETA HOJE, PODE SER O SUSTENTO OU BARATEAMENTO DE VENDAS FUTURAS.

Em resumo, um negócio é um sistema. Se você partir do princípio que a análise de uma única etapa deste sistema – ainda que seja a etapa de vendas – é o suficiente para tratar o negócio como um todo, o sistema tende a ter tantas falhas nas demais etapas que a etapa que você cuida também vai passar a falhar: um sistema, afinal, é isso, uma série de mecanismos, etapas e ações distintos porém interdependentes.

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