O posicionamento que “desibernou” o mainstream de cervejas no Brasil. À seguir, ponto a ponto, as tendências que deram ao posicionamento desta empresa do interior de São Paulo a atenção da maior gigante de bebidas do mundo.
1- Personalidade:
Para o mercado de massa, o Marcelo não é assim uma personalidade tão proeminente (a Colorado por si só), porém para o primeiro círculo de clientes da marca (os mais fiéis e que determinam o início do brandscape – paisagem conceitual de uma marca), o mito criacional da empresa é fundamental. A coragem, paixão e personalidade do Marcelo neste mercado tornam a Colorado uma marca de conceito personalíssimo e embida de extrema VERDADE, o que ajudou muito a dispersar ruídos de inverossímil quando ela foi vendida para uma gigante sedenta do mercado.
Personalidades por trás de causas , bandeiras e marcas são sempre um chamariz, humanos tendem a confiar em humanos e acreditar em seus legados como fonte de inspiração.
2- Pioneirismo:
Vamos combinar que muito pouca gente por aqui falava de cerveja fora as do mercado tradicional brasileiro quando o Marcelo começou a falar e a Colorado surgiu. Menos ainda fabricava. Muito menos ainda no interior de São Paulo. Ser pioneiro por si só, não garante domínio de mercado. Ser o primeiro a entrar na mente – e coração – do consumidor, sim. A Colorado não foi a primeira cervejaria fora do mainstream mas foi a primeira a trabalhar experiência e posicionamento de marca no país.
Conseguir ser pioneiro na mente dos consumidores vai muito além de ser pioneiro no mercado. ser a primeira marca não significa ser a marca nº1.
3- Paixão:
Quando eu falo “paixão”, aqui eu me refiro também a propósito. Propósito não é estratégia. Propósito é cultura corporativa que se inicia à partir do exemplo e não de um quadrinho na parede. A Colorado tem uma cultura corporativa bem definida. Essa paixão é refletida no seu quadro de colaboradores, embaixadores e representantes da marca em um geral: “aqui amamos cerveja, amamos misturar e experimentar, e amamos sabores brasileiros”.
Humanos tendem a desprezar marcas que surjam com propostas sem paixão ou verdade. O oposto é verdadeiro: preferimos comprar de quem tem algum tipo de propósito e amor no que faz.
4- Tendência:
Se a colorado foi visionária ou teve “sorte” em se alinhar tão bem a uma tendência, nunca saberemos. Fato é: cervejas não convencionais (para os brasileiros) e chamadas aqui de gourmet, de artesanais, de premium e inúmeros outros nomes, tornam-se uma tendência absoluta de consumo. A grande questão é que a marca não estava alinhada apenas a estes hits de mercado. nunca se posicionou como gourmet, nunca se posicionou como artesanal, nunca se posicionou como nada disso. Não seguiu um hit, foi impulsionada por um tendência sólida e bem sustentável: a da liberdade e experiência diversificada de consumo. Isso não é uma moda passageira (hit), é uma tendência permanente e adaptável.
Estar dento de uma tendência de mercado garante força orgânica de impulsionamento e elevação. Tendências são frutos de fundamentos libeirais ou conservadores (materiais ou essenciais) e rende diversos hits passageiros. 5- Identidade:
Enquanto muitas cervejarias (e marcas em geral) preocupam-se apenas com o produto e ou serviço, a Colorado demonstrou desde sempre uma vocação para a construção de uma identidade sólida de marca estética e visualmente falando. Em 2006, quando Randy Mosher (um dos maiores especialistas do mundo em design de rótulos de cerveja) desenvolveu “a cara” da colorado, toda a percepção de discurso e essência de marca passou a possuir um padrão facilmente reconhecível visualmente onde quer que estivesse.
O ser humano é movido a imagens que possa compreender, essa imagem não é só visual. Ela precisa estar em todos os sentidos, porém quando se trata de marca, ao entregarmos uma identidade visual única e padronizada, conseguimos atalhar o caminho simbológico da iconificação e isso facilita a conexão emocional e cognitiva com a ideia da marca.
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