A gente hesitou mas… precisamos falar sobre o Clubhouse.
A princípio, nada de novo no front: Clubinho. Mistério. Só convidados.
A velha fórmula Groucho Marxiana funciona TODA VEZ: “Eu não quero fazer parte de um clube que me aceite como membro”. E é isso. O inacessível e exclusivo é certeza de sucesso (se você tem dinheiro suficiente por trás pra gerar a cobiça em basicamente o mundo inteiro).
Sério. Toda vez.
O ANTAGONISTA: É DE VERDADE
Enquanto redes sociais de celebridades, pseudo-celebridades ou pessoas comuns são milimetricamente pensadas para parecerem espontâneas, (pelo menos por enquanto) o que vemos ali é real mesmo.
É cachorro latindo no fundo, é filho que entra, é voz de quem acabou de acordar, ao mesmo tempo que quem fala é Oprah, Elon Musk ou Zuckerberg.
Quem sabe faz ao vivo e quem não sabe também: não é incomum uma autoridade simplesmente responder: “sei lá, cara”.
Os novos padrões de consumo pedem autenticidade e transparência.
É natural: o perfeccionismo tá perdendo espaço em um mundo cada vez mais imperfeito.
comunidades: o relacionamento tendência
Redes sociais se propõem comunitárias, mas são o reino do individualismo egóico por excelência.
Nesta rede, ainda que a proposta seja, a princípio, excludente, a interação e o compartilhamento real é o que rege.
Essa estratégia inteligente permite que as Marcas ali presentes potencializem o seu engajamento, não pelo dinheiro que investem e sim pela RELEVÂNCIA que ganham.
Ao fazer parte dessa comunidade, ela imediatamente ganha a aceitação do consumidor.
É preciso lembrar que o consumidor hoje só aceita aquilo que é relevante para ele.
Suas comunidades, ou “bolhas”, são as principais chancelas para aquilo que chega, ou não, até ele.
Ao mesmo tempo que se propõe a trazer um status através das personalidades que engaja e um despojamento que aproxima o usuário, eles parecem não saber muito bem o que fazer com essa tal liberdade. Em diversos momentos a rede vira uma bagunça, com conversas desconexas e a produtividade e objetividade se perde, divergindo do seu propósito de trazer informação de forma direta e acessível.
A CONVENIÊNCIA É A NOVA EXPERIÊNCIA
Se falamos em experiência, especialmente digital, a característica mais significante é a simplicidade.
A usabilidade do Clubhouse permite uma experiência intuitiva para ambos os lados, promovendo o relacionamento, a troca e o engajamento entre pessoas, marcas e conteúdos.
Pensando no segmento de clientes absolutamente variado que a plataforma tem, a
simplicidade vem como obrigação. E o Clubhouse entrega.
Anota pra não esquecer: SEM CONVENIÊNCIA NÃO TEM FIDELIZAÇÃO
O ÁUDIO ALÉM (E ANTES) DO PODCAST
Navegar pelo Clubhouse parece um passeio cego por reuniões de Zoom pelo mundo todo.
É uma união de podcast – a maior tendência de consumo de conteúdo atual – com a vida de todos nós na pandemia (a maior tendência ao burnout de todos os tempos).
Ao mesmo tempo, ele resgata as salas de bate-papo dos primórdios da internet (aqueles mIrq e ICQ que a gente vai fingir que não viveu).
Desta forma ele consegue ser duplamente próximo; ser formal e informal.
O multitasking – ou o desempenho de múltiplas tarefas ao mesmo tempo – potencializa o áudio como principal forma de compartilhamento e consumo de conteúdo.
É bastante provável que o Clubhouse não dure muito tempo. É bastante provável que isso seja intencional. Cada vez mais, as tendências são extremamente efêmeras pois geralmente quanto mais efêmeras, mais dinheiro geram.
É importante analisarmos, no entanto, como isso afeta a nossa forma de pertencer, se relacionar e compartilhar.
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